Como as Formigas andam pelas paredes sem cair?

Muita gente acha por aí que as maiores andadoras pelas paredes que tem por aí são as aranhas. Sim, as aranhas são realmente impressionantes e criaram até um super-herói que é a cara delas. E isso é MUITO impressionante.

Mas o que dizer das lagartixas e das formigas? Elas também andam muito bem pelas paredes, obrigado. Um pouco injusto, né? Ainda mais quando você descobrir que quem ensinou todo mundo a andar pelas paredes foi nada mais nada menos que Seu Tartaruga!

Como assim? Você deve ter pensado. Consultou aí suas lembranças de todos os programas sobre animais que já assistiu e nunca viu uma tartaruga subindo pela parede nem uma vezinha sequer.

E tem toda razão.

Só que hoje em dia as tartarugas não têm mais motivos para subir pelas paredes. São um pessoal tranquilo, de boa na lagoa, vivendo a vida calmamente, um passo de cada vez, sem pressa. O que não era muito o caso do Seu Tartaruga…

É bom deixar claro que ele bem queria viver sua vida em paz. Mas acabava sempre envolvido em tudo quanto é confusão na Floresta. Se quisessem saber quem era o melhor assustador, iam atrás do Seu Tartaruga. Vamos decidir quem é o melhor cantor: Seu Tartaruga é o juiz. Desafio de esconde-esconde, chama o Seu Tartaruga pra acompanhar. Tudo era ele!

E ele não aguentava mais isso. Coitado… Um dia, inventaram de descobrir quem era o animal da Floresta que mais conseguia enfiar uvas na boca usando apenas a mão esquerda (o rato, mas isso é história para outro dia, me lembra de te contar, tá?). Os bichos pareciam que já não tinham mais o que fazer mesmo! E, pro Seu Tartaruga, aquilo foi a gota d’água.

Quando foram atrás dele para julgar a disputa, ele saiu correndo! Você já viu tartaruga correndo? Aposto que também não. Claro, elas não têm mais motivos – mas o Seu Tartaruga tinha! E lá foi ele disparado fugindo dos outros bichos, que foram atrás.

Acontece que o Seu Tartaruga deu azar e acabou encurralado entre várias pedras altas que não deixavam ele escapar. Os bichos logo se juntaram todos e começaram a disputa na frente dele. Cada uva que entrava, o Seu Tartaruga ia ficando cada vez mais desesperado.

E foi então que a cotia soltou um berro. Por que a cotia e não outro bicho? Sei lá! Pergunta pra ela… Só sei que ela soltou um berro e todos foram olhar o que tinha espantado ela. O Seu Tartaruga estava subindo pelas paredes e fugia dos outros animais às gargalhadas.

Aquilo deixou todo mundo espantadíssimo. E logo decidiram fazer uma nova disputa: quem conseguia subir por aquele paredão que nem o Seu Tartaruga. Vários tentaram, mas todo mundo escorregava e caía. A cada bicho que tentava e não conseguia, todos ficavam ainda mais impressionados com o feito do Seu Tartaruga.

Acontece que tinha um pessoal que tinha visto o Seu Tartaruga subindo pelas paredes e, em vez de ficar gritando por aí feito uma cotia doida, aprenderam exatamente o que tinham que fazer. Você deve adivinhar quem são, né? Isso mesmo: a aranha, a lagartixa e a formiga.

A técnica era meio estranha, é verdade. E, até por isso, elas decidiram não participar de competição nenhuma com medo de rirem delas. Parece que tem que ficar meio doido para poder subir pelas paredes. Você encontra alguma coisa que te deixa fora de si e vai pensando muito naquilo. Eu, por exemplo, sempre penso em como pode ter gente que fura fila. Isso me deixa enlouquecido!

Pois bem, quando você já estiver trocando os pés pelas mãos de tão doido, é porque está no ponto certo. Vai perceber (ou não) que não se importa muito se está andando no chão ou pelas paredes ou mesmo de cabeça pra baixo. Vai ser tudo igual para você.

O quê? Você duvida? Vejam o tal do Homem-Aranha, então! Só mesmo meio doido para fazer as coisas que ele faz, não é não? Então…

Os pássaros conseguem voar até a lua?

Se os pássaros conseguem voar até a Lua? Claro que sim! Na verdade, acho que qualquer um pode ir até a Lua – menos o Sol que andou dando bobeira com a ela e agora tá meio que de castigo…

Mas voltando: sim, acho que todo mundo pode ir à Lua sempre que quiser. Ou quase.

Você deve se lembrar da Noite dos Animais Voadores, né? Lá, quando você me perguntou se existiam Alienígenas. Pois é, esse deve ser o jeito mais fácil. Só que depende de a Lua dar aquela forcinha e nem sempre ela está disponível.

Você também deve ter se lembrado de quando me perguntou sobre o sabor que tem as nuvens e sobre a razão para se usar chapéu que tem mais um jeito. Algumas pessoas terão mais facilidade que outras para se deixar levar até ela, mas é bem possível, sim.

Por fim, você também pode tentar pelo método da Galinha Voadora, lembra que contei sobre a técnica dela para voar quando te contei por que algumas aves voam e outras não. Pode ser que você gaste alguns curativos no queixo de tanto cair, mas, um dia, acho que você consegue também.

Você também pode optar por usar uma escada.

Como assim? Uma escada, você me pergunta? Pois é, uma escada. Não, ninguém construiu escada alguma daqui até a Lua. É uma escada qualquer, dessas que você tem em casa mesmo. Sim, eu sei que ela é baixinha e não chega nem no teto de casa. Mas, se você souber usar bem ela, você chega lá!

Você pode fazer esse exercício comigo enquanto vai subindo – mas, antes, peça ajuda para um adulto-de-segurança:

1) Quando subir no primeiro degrau, feche os olhos e já solte a imaginação. Deixe que ela te envolva, cubra cada cantinho de onde você estiver, não deixe nem um pedacinho de fora.

2) No segundo degrau, já pode abrir os olhos de novo. Sua imaginação já deve ter preenchido tudo, então você já deve estar quase nas nuvens agora. Sua casa ficou pra trás, lá embaixo.

3) No terceiro degrau, seu adulto-de-segurança já deve ter esticado o braço até o máximo, já que vocês estará mais alto que os dragões. Convide ele ou ela para subir com você nos degraus. Mas avise com muita seriedade: se não soltar a imaginação, pode ser uma queda muito alta – e dolorida!

4) Agora que você já conseguiu esticar a perna até o quarto degrau, dá um tchauzinho para as estrelas. Sempre bom ser simpático para elas não inventarem de tentar te assustar com um raio, né?

5) Por fim, a Lua. Segura bem no seu adulto-de-segurança e dá uma olhada em volta. É linda a vista lá de cima. Aproveite bastante, porque é uma subida e tanto!

Se, durante a subida, você esbarrar em outras crianças escalando a escada também, aproveite para fazer novas amizades. Eu, por exemplo, tenho usado a Lua para me encontrar com meus amigos enquanto eles não podem sair de casa. Quem tem imaginação, vai para qualquer lugar!

Por que os mosquitos zumbem nos nossos ouvidos quando tentamos dormir?

Excelente pergunta! E uma daquelas que a gente faz cheios de raiva, não é? Afinal, quem é que curte se deitar para dormir depois de um dia cheio, já pensando naquele sonho delicioso da outra noite… só para ser acordado o tempo todo pelos zumbidos no ouvido!?

É para deixar qualquer um louco! É para sair gritando pelos quatro cantos! É para dormir agarrado na raquete elétrica e pegar qualquer mosquitinho que passar perto de você sem dó nem piedade!

Não é?

Bom, eu tenho um pouco de pena dos mosquitos. Só um pouquinho. Um pouquinho bem pouquinho assim de pequenininho. Mas tá lá. Uma peninha. É que vocês não sabem como que esses bichos sofrem!

É isso mesmo! Os mosquitinhos sofrem, gente! Sofrem de fofoquice aguda!

Como é que é? Você nunca ouviu falar disso? Não é possível! Tem muita gente por aí que sofre disso. Na sua família, provavelmente tem pelo menos uma pessoa que tem uma fofoquice agudíssima seríssima. Com certeza.

Acontece que os mosquitos são pequenos e andam por todos os lados sem nem percebermos. Ele vai da sala pra cozinha, do banheiro pro quarto, do elevador do prédio até a portaria – e ninguém nem se liga!

E nessas de ficar vagando por aí, ele ouve tudo. Tudo o quê? Ah, ele ouve tudo de tudo e de todos! Pois é, os mosquitos são fofoqueiros inveterados. Gostam de saber tudo o que está acontecendo com todo mundo. Adoram fuçar nos segredos dos outros. Vivem para ouvirem uma confidência indiscreta.

Se tem alguém cochichando, pode ter certeza de que tem mosquito em volta. E, nessas horas, eles bem que sabem ficar beeeeeeem silenciosos, os safados! E nessa, ouvem de tudo.

Mas se fosse só isso, tudo bem. Mas não! Esses insetos voadores não se contentam apenas em saber da entidade alheia – eles PRECISAM contar tudo pros outros!

Por que eu escrevi PRECISAM assim, bem grandão? É nessa parte que entra a tal da fofoquice aguda. É uma doença, sabe? Eles não se controlam. Coitados…

Coitados, nada! É nessa hora, depois de um dia inteiro de fofocas impronunciáveis, que eles vão lá pro nosso ouvido contar tudinho! E quando eu digo tudinho, eu digo tu-di-nho mesmo. Eles não poupam a privacidade de ninguém. É cada coisas que falam que deixa qualquer pessoa vermelha de vergonha pela falta de vergonha deles.

Quê? Vocês nunca entenderam nada do que eles falam? Só ouvem zzzzzzzzzzzzzz? Mas, gente! É só prestar atenção quando eles chegarem perto do ouvido…

Inclusive, outro dia, um mosquito me contou que seu melhor amigo… Opa! Cuidado! Depois de prestar atenção no que os mosquitos fofocam nos seus ouvidos, você mesmo pode pegar a fofoquice aguda.

Já imaginou? Você por aí zumbindo no ouvido dos seus pais? Vai levar raquetada, com certeza.

Pergunta Intrigante e ideia de #SouUmMeninoMuitoBonzinho

Quem inventou o pique-esconde?

Uma das minhas brincadeiras preferidas sempre foi o pique-esconde – ou esconde-esconde, como preferir. Poder me tornar invisível no meio do recreio, andar que nem um ninja para não ser descoberto e, por fim, me salvar é pura emoção. Ou ser quem procura e pegar todo mundo, um por um, em seus esconderijos. É divertido demais!

Na última vez que brinquei, fiquei pensando em quem teria inventado essa brincadeira tão legal. E, por conta disso, acabei sendo descoberto. Isso que dá ficar viajando enquanto brinca de algo tão sério…

Mas, voltando à questão, de onde será que veio essa brincadeira?

Parece que, a muitos anos atrás, quando ainda não existia gente e só tinha bicho falando por esse mundão afora, na floresta não se falava de outra coisa se não do Camaleão. Era um bicho que tinha acabado de chegar no bosque. Era meio estranho, tinha os olhos virados para lados diferentes, parecia uma lagartixa e seu rabo vivia enrolado.

Porém, o mais incrível dele, na verdade, não era nada disso. Ele dizia que quando se escondia, ninguém podia encontrar. Um verdadeiro mestre de esconder.

Vários animais o admiraram muito pelo que disse, mas outros tantos desconfiaram do que ele havia dito, achando que não podia ser verdade aquele bicho estranho ser mestre de qualquer coisa.

O Camaleão então desafiou quem quisesse para que tentasse encontrá-lo em um concurso. Nesse momento, o Seu Tartaruga, que passou a ter medo de concursos, já foi logo saindo de perto e se escondendo. Mas vários animais aceitaram o desafio, enquanto outros só se animaram por ver um evento tão incrível acontecendo.

Entre os desafiantes, estava o Falcão, tido como os melhores olhos de toda a floresta; o Cachorro, não havia cheiro que seu nariz não encontrasse; e um passarinho que, na época, se chamava Joaquim.

O Falcão e o Cachorro todo mundo entendia acharem que podiam encontrar aquele convencido do Camaleão, mas o Joaquim? Ele era um pássaro pequeno, de bico pequeno, olhos pequenos e só. Como ele poderia querer encontrar qualquer coisa daquele jeito?

Acontece que o Joaquim só queria mesmo era se divertir, participar da brincadeira. Achar o Camaleão não importava, o legal era a busca.

Bom, o Camaleão então combinou com os três desafiantes que deveriam fechar seus olhos e contar até 10 para só então saírem à procura dele. Todos aceitaram e assim foi criada a primeira regra do pique-esconde.

Voltando à história, os três fecharam os olhos e contaram. O resto dos animais, para não estragar a brincadeira, também fecharam os olhos e contaram. Quando abrira, o Camaleão tinha sumido! Ninguém sabia para onde tinha ido ou onde tinha se escondido.

O Falcão logo levantou voo e ficou circulando a área lá de cima, usando seus olhos de falcão para encontrar aquela lagartixa metida a besta. Girou, girou, girou e nada de encontrar o Camaleão. Acabou caindo, zonzo e com os olhos tortos de tanto procurar; e nada de achar.

O Cachorro rapidamente botou o focinho para funcionar e rapidamente encontrou o cheiro do Camaleão. Assim, foi seguindo seu odor até chegar em um momento em que não tinha mais para onde ir. Segundo seu nariz, o Camaleão tinha que estar ali, mas ele não estava! O Cachorro procurou e cheirou e deu voltas e cheirou mais um pouco, mas nada de encontrar o Camaleão. Por fim, o Cachorro caiu exausto no chão e desistiu também.

O que ninguém sabia é que o Camaleão era um mestre de esconder não era à toa: ele podia mudar de cor e ficar igualzinho ao que ele estiver por cima. Se estiver sobre o tronco de uma árvore, ele fica marrom igualzinho. Se estiver sobre uma flor, ele fica da cor da dita cuja. Se estiver sobre uma pedra, fica cinza e é impossível percebê-lo sobre a rocha.

E foi exatamente isso que o Camaleão fez, mudou de cor sobre um galho de árvore e ficou quietinho assistindo aos desafiantes procurá-lo e nada encontrar. Ele só ria por dentro.

O Joaquim tinha visto o que tinha acontecido com o Falcão e com o Cachorro e ficou preocupado. Não é que aquele tal de Camaleão era bom mesmo de se esconder? Ora, mas já que ele estava ali para procurá-lo, melhor era pelo menos tentar, né?

Ele deu uma voada por onde o Falcão procurou e não achou nada. Aí deu uma procurada por onde o Cachorro farejou e também não encontrou nada. Já cansado – lembre-se que ele era um pássaro pequeno, de olhos pequenos, bico pequeno, mas também de asas pequenas -, ele decidiu pousar em um galho perto para descansar.

No que ele encostou a pata no galho, percebeu que tinha algo errado bem do seu lado. O galho tinha um caroço estranho, parecia uma verruga. Era da cor do galho, mas muito estranho, de um jeito que ele nunca tinha visto antes.

Então ele percebeu o que era: o Camaleão! Aí ele começou a gritar “Bem-te-vi! Bem-te-vi!”

Todo mundo foi ver o que o Joaquim tanto falava e encontraram o Camaleão vermelho de vergonha por ter sido encontrado por um passarinho tão pequeno, com bico pequeno, olhos pequenos e asas pequenas. E o Joaquim, este continuava bem orgulhoso a gritar “Bem-te-vi! Bem-te-vi!”

A partir daquele dia, ninguém mais duvidou dos bichos pequenos em nenhum concurso. Ninguém mais queria brincar de esconde-esconde com o Camaleão, já que ele não se escondia, só mudava de cor, o que não é o espírito da brincadeira.

E o Joaquim? Ninguém nunca mais chamou o passarinho daquele nome. A partir daquele dia, ele ficou conhecido como Bem-te-vi. E ele continua bradando até hoje para quem quiser ouvir seu triunfo sobre o Camaleão com altos e sonoros “Bem-te-vi! Bem-te-vi!”

Cada Pedroca no seu Galho

Pedro, visitando a vó
Logo inventou brincadeira nova
Que na cabeça dela deu nó
Mas que é digna de uma trova.

Pedro viu que na fazenda
Os macacos só andavam na árvore
Resolveu virar uma lenda
Se libertar do chão, esse cárcere.

Pedro, quando a vó viu
Já alcançava a folha mais alta
Seu coração pela boca quase saiu
“Mas que menino mais peralta!”

“Pedro, vou te puxar com um laço!
É perigoso, vai se machucar!”
“Tudo bem, vó, sei o que faço.
O chão nunca mais vou tocar.”

“Pedro, deixe de dizer asneira!
Pois virou menino-mico?”
“O vó, não é brincadeira
Agora, só em galho fico.”

Pedro a vó deixou preocupada
E aos pais decidiu ligar
Pois aquela macacada
Precisava terminar.

“Pedro n’árvore está trepado
E de lá não quer descer!”
“Tudo bem. Quando estiver cansado,
O braço dará a torcer.”

“Pedro sua mãe deixou louca!”
Com seus botões a vó pensou.
“De gritar já estou rouca
E ela nem se alterou.”

“Pedro é menino esperto
Mas é claro que posso enganá-lo.
Preciso que chegue bem perto
Ou meu plano desce pelo ralo.”

“Pedro-mico, olha que bacana
Tenho pra você algo fabuloso
Será que gosta de torta de banana?
Ninguém resiste a algo tão cheiroso!”

Pedro, ao sentir tal cheiro
Já começou a sorrir
Mesmo o menino mais arteiro
À torta da vó não pode resistir.

Pedro, de galho em galho,
Rumo à casa ia
Como um castelo de cartas de baralho
Sua louca aventura ruía.

Pedro entrou pela janela
E atacou direto a torta
A vó assistiu à cena bela
Com risinhos atrás da porta.

Pedro comeu freneticamente
E logo um sono bateu
“O que será que passa nessa mente
Enquanto está nos braços de morfeu?”

Pedro tangido foi
Pela vó orgulhosa
Até a cama feito boi
“Que vó maravilhosa!”

Pedro, agora só em sonhos.
A vó quase deu enfarte
Mas fez um dia bem risonho
“Que menino pra inventar arte!”

Por que a Aranha tem oito pernas?

Muita gente faz essa pergunta, principalmente as pessoas que têm medo de aranhas. “Ai, por que tinha que ter tanta perna? Socorro!” Mal sabem essas pessoas que as aranhas são supersimpáticas.

Mas, afinal, a aranha tem oito pernas ou oito braços? Isso é um discussão que, não só a aranha, como o polvo, a lula, a centopeia e vários outros bichos têm entre si. E tudo começou quando eles perceberam que tinham um pouco mais de pernas ou braços do que a maioria dos bichos.

O polvo, por exemplo, só foi perceber que tinha oito seja-lá-o-que-for-isso num dia que se sentia muito só. O porco-espinho, reconhecidamente o animal mais carinhoso da floresta, percebeu que o polvo estava triste e foi fazer companhia para ele. O polvo ficou tão feliz que, no calor do momento, deu um grande e forte abraço no porco-espinho. Não preciso nem dizer que ficou todo espetado, coitado. Foi tirando todos os espinhos, um por um, de cada um dos braços/pernas que ele percebeu que tinha um montão!

Com a aranha, foi um pouco diferente. Por aquela época, ela já adorava tecer com suas teias, coisas como meias e tocas pro frio. Todo mundo adorava tudo o que a aranha fazia e viviam pedindo mais para ela. Assim, ela começou a ousar mais nas coisas que fazia, deixando de fazer só meias e passando a fazer casacos, inclusive para elefantes!

Vendo que estava dando certo, ela decidiu ir além: construir uma casa de teia. Ela fez a primeira pra si mesma para testar – e adorou. Os outros animais também acharam muito interessante, e pediram para ela fazer uma casa assim para eles também.

Só que seus amigos começaram a aparecer reclamando da casa de teia. Todos se enrolavam completamente e quase não conseguiam sair. A aranha, que não entendia o porquê daquilo, já que andava na sua casa de teia sem o menor problema, ficou perdida com aquela reclamação toda.

Quando apareceu o papagaio reclamando, ela não se conteve e disse que a culpa era deles, que eram atrapalhados. Ela mesma, não tinha problema nenhum com sua casa de teia. O papagaio, irritado por ter ficado horas pendurado na teia até que a maritaca apareceu para ajudar – não sem antes ter rido por uma boa meia hora – rebateu imediatamente: “também, com todos esses braços!”

Os outros bichos todos concordaram e acabaram indo embora, entendendo o que tinha acontecido. Mas a aranha ficou cheia de vergonha e decidiu não usar mais sua teia para ajudar ninguém, só para ela mesma. O que é uma pena, já que suas teias são muito lindas!

E, para entender melhor aquele monte de braços ou pernas, ela juntou todos os outros animais que também tinham mais pernas do que o comum e formou o grupo dos multibraços. Só que, como dito antes, eles nunca conseguiram sair da discussão de se tinham muitos braços ou se eram muitas pernas. Então nunca conseguiram chegar na parte de por que tinham mais do que o resto dos bichos.

Acho que quanto mais braços, mais falam pelos cotovelos. Eu, hein!

Por que os gatos têm sete vidas?

Você já ouviu alguém dizer que seu gato tem sete vidas? E você sabe o porquê?

Bom, muita gente acha que é uma brincadeira, apenas uma forma de dizer que os gatos são muito safos e escapam de qualquer enrascada. Mas a verdade é que os gatos têm sete vidas de verdade!

Tudo começou há muitos anos atrás quando ainda havia poucos animais no mundo. Os bichos que havia vivam tranquilamente na floresta, todos muito educados e respeitosos.

Só que, um dia, apareceu o Papito. Papito foi o primeiro gato no mundo! Todos os outros animais o receberam super felizes por terem um novo companheiro na floresta.

Mas rapidamente os bichos começaram a se incomodar com ele. Acontece que o Papito não conseguia parar quieto. Ele vivia pululando de um lado para o outro, correndo e saltando, uma energia infinita. Os outros animais eram todos calmes e passavam seus dias comendo e descansando.

Não preciso nem falar que o Papito deixou os outros bichos loucos, né? Imagina, você lá relaxando e curtindo uma sonequinha quando aparece alguém pulando de um lado para o outro sem parar e ainda falando pelos cotovelos. E o pior: causando todo tipo de confusão.

Sim, confusão! Uma vez, o Sr. Tartaruga estava calmamente tomando seu chazinho e lendo um livro quando o Papito de um pulo do nada com uma bexiga que acabou estourando bem no ouvido do coitado do Sr. Tartaruga. Suspeito até que foi aí que o pobre Sr. Tartaruga começou a ficar meio surdo.

E a vez com a Dona Preguiça? Ela estava tranquilamente se dedicando à soneca do pós-lanche de meio da manhã na sua rede preferida. Sim, a preguiça tinha várias redes espalhadas por toda a floresta. Mas essa era a sua preferida: com pouca luz o dia todo, com uma leve brisa do leste que fazia o gostoso barulho de folhas roçadas pelo vento.

Só que o Papito não sabia de nada disso. Aliás, ele não queria saber de nada disso e sim da brincadeira de pique-pega com o vento em que ele estava. Quando a brisa passou “correndo” pela rede da Dona Preguiça, o gatinho sapeca saltou para por fim agarrá-la e acabou agarrando a rede.

A coitada da Dona Preguiça ficou tão enroscada na rede que foi preciso uns 10 siris cortando com suas pinças para ela se livrar do apuro. Depois disso, ela rapidamente aprendeu a se pendurar nas árvores dormindo com as mãos mesmo.

Isso sem contar os casos com o Seu Tamanduá, a Sinhá Galinha d’Angola e com o Pavão. Basta dizer que o Seu Tamanduá não usa mais canudinho para comer, só a língua, que a Sinhá Galinha d’Angola, antes tão confiantes, depois do trauma com o gato, só faz repetir “Tô fraca! Tô fraca!”, e que o Pavão, de susto, ficou todinho branco.

A situação chegou a tal ponto que teve até uma assembleia de bichos para definir o que fazer com o Papito. Afinal, os animais estavam ficando com medo de sair de suas casas – e isso não era legal.

Acontece que, no meio da reunião, começou a chover. Mas não era uma chuvinha qualquer, era a Lua chorando por causa do Sol. Era uma chuva que não parava mais e começou a inundar tudo!

Os animais começaram a fugir todos, desesperados com o que acontecia, mas não estava dando tempo e alguns bichos já começavam a se afogar.

E foi quando chegou o Papito. Ele começou a resgatar os animais mais pesados, os que tinham ficado para trás e estavam se afogando. Um por um, o Papito ia lá, tirava da água e levava para um lugar seguro. Apenas para, em seguida, voltar para a água para salvar outro bicho.

No entanto, apesar de todo o esforço do bravo gato, eram muitos para ele sozinho e toda a sua energia começou a se esgotar. Quando ele já estava morto de cansaço sem conseguir dar nem um passo mais, o Sol interveio. Sabendo que tudo aquilo foi causado por ele e, sem conseguir a Lua, resolveu que tinha que ajudar o Papito em sua tarefa. Para isso, foi e lhe deu um novo fôlego, uma nova “vida”.

Com as energias restauradas, Papito rapidamente pôs-se a trabalhar no grande resgate. E toda vez que ficava a ponto de não poder dar uma miada sequer de cansaço, o Sol ia lá e ajudava.

Lá pela sétima ajuda do Sol, o Papito finalmente conseguiu salvar o último bicho: exatamente a Dona Preguiça, que se pendurou numa árvore e, achando que estava salva, aproveitou para tirar um cochilo. Só foi acordar quando a água já cobria sua cabeça.

E ela foi a primeira a pedir desculpas ao Papito por estar chateada por ele ter tanta energia, seguida por todos os outros bichos.

Por conta de seu fôlego de sete vidas, Papito ficou famoso por ter sete vidas de verdade. Mas ele, depois desse episódio, ficou bem mais calmo, ainda cansado de todo o trabalho. Hoje em dia, o Papito – e todos os outros gatos – só fazem um esforço sobre-humano é para fugir de água.

Pedro e o Hipopomonte

Pedro deita na cama
À espera da mãe vir
Ao apagar da luz reclama
Pela história de dormir.

Pedro, a mãe consente
E junto à estante esperando
Qual história o filho tem em mente
E a adivinhar fica tentando.

Pedro responde confiantemente
Após a mãe esperar um monte
“Não quero ouvir história de gente.
Quero a história do Hipopomonte!”

Pedro a mãe perdida deixa
Enquanto ele se anima, fanático
“Que maluquice é essa?”, se queixa
“É gente bicho ou ser fantástico?”

Pedro, risonho, a mãe responde
“Nem gente, nem fantasia; é bestial.”
“Filho, e esse bicho é de onde?”
“De um reino distante, o Reino Animal.”

Pedro, a mãe percebeu, que o que queria
Mais que ouvir, era contar a história
Decidiu que apenas o questionaria
E permitiu ao filho seu momento de glória.

“Pedro, esse Reino é importante?”
“É o maior Reino que existe!”
“E esse bicho é grande como elefante?”
“Grande, esperto e rápido, acredite”.

Pedro, ao final da história, dormiu
A mãe o acomodou na cama e se deitou
Ao acordar no dia seguinte sorriu
Com Hipopomonte a noite toda sonhou.

Pedro e o Hipopomonte :: Respostas Fantásticas para Perguntas Intrigantes :: Ilustração: Jomar Serpa
Ilustração by Jomar Serpa

Pedro no Zôo

Pedro está todo animado
Porque é fim de semana, lógico
E a mãe prometeu que neste sábado
Passariam o dia no Zoológico!

“Pedro, não saia correndo na frente!
Espere sua mãe como um comportado garoto.”
“Ai, mãe, essa lerdeza me deixa doente!
Entra logo e veja o macaco com sorriso maroto.”

Pedro, a felicidade não pode conter
Pulula de jaula em jaula, que emoção!
Quantos bichos diferentes pode ter?
Eles mexem com a sua imaginação.

Pedro, o tipo de cada animal repete
“Arara, jacaré, bode, lobo guará”
“Joaquim, Vicente, Juliana e Anete”
Pois nomes para cada um também dará.

“Pedro, que bicho é esse do lado do Elefante?”
“Ai, mãe, aqui a girafa e lá o rinoceronte.”
“E qual é aquele lá mais distante?”
“É o Monomelo depois do monte.”

“Pedro, o que é um Monomelo?”
“É um camelo que perdeu uma corcunda.”
“É Dromedário e não um flagelo.”
“Quer saber o nome do Monumelo, por que não pergunta?”

Pedro, entre bichos, nomes e maquinações
Aproveita o passeio e faz a mãe rir
Quem diria que entre tantas confusões
Seria ela a tanto se divertir?

Pedro no Zôo :: Respostas Fantásticas para Perguntas Intrigantes :: Ilustração: Jomar Serpa
Ilustração by Jomar Serpa

Por que o Leão e o Mico-Leão Dourado têm juba se não são parentes?

Você já deve ter notado como o Mico-Leão Dourado tem uma juba muito parecida com a do Leão, não é? Não? Pois preste atenção! Viu como é igualzinha? Será que eles são irmãos, primos ou algo assim?

Bom, para poder responder essa pergunta, primeiro preciso contar de onde surgiram as jubas. Afinal de contas, é isso que eles têm em comum, então merece um destaque.

Há muitos anos, quando ainda não existiam jubas, o Sol e a Lua se separaram. Eles tinham namorado por um tempo, mas por um desencontro o namoro acabou.

O Sol estava muito triste com o ocorrido. Tão triste que às vezes chorava escondido atrás de alguma nuvem ou montanha alta. Quando isso acontecia, suas lágrimas douradas se esparramavam pela terra.

Só que lágrima de Sol não é que nem lágrimas minhas, suas nem mesmo iguais às da Lua. A lágrima do Sol é como se fosse luz em forma líquida, muito brilhante e dourada. É um líquido grosso, quase como se fosse geleca.

Mas, acima de tudo, a maior diferença é que as lágrimas do Sol são mágicas. Isso mesmo: mágicas. Por onde caía, nasciam lindos e enormes girassóis. É possível perceber os lugares onde o Sol preferia se esconder para chorar quando tem muito girassol junto, um do ladinho do outro. É muito bonito; e muito triste ao mesmo tempo.

Só que, um dia, uma lágrima de Sol caiu sobre o Leão. Isso nunca tinha acontecido antes e o Leão ficou com muito medo do que poderia acontecer. Já pensou se nasce um girassol na sua cabeça, que estranho e assustador isso seria? Pois é, o Leão tinha motivos para estar amedrontado. Mas o que aconteceu foi que, na mesma hora, cresceu uma linda juba ao redor de sua cabeça.

Acontece que, naquela época, ninguém conhecia jubas. Mas conheciam girassóis. E , por isso, os outros leões começaram a zoar com o Leão de juba. Diziam que mais parecia um girassol ambulante. Porém, quando as leões viram o pelo brilhante e macio da juba do Leão de juba, todas acharam lindo. O que deixou todos os leões sem juba com inveja.

E realmente tinha ficado muito bonito. Tão bonito que o próprio Sol gostou e passou a mirar suas lágrimas nos leões. Os bichanos foram ficando todos bonitões e os outros animais ficaram todos muito admirados.

Até que um pequeno macaco chamado Mico resolveu que ele queria ser como os leões. Acontece que o Mico era o menorzinho dos macacos e ninguém levava ele muito a sério. Assim, quando o Sol já tinha posto juba em todos os leões e tinha acabado de decidir que ia colocar também nas leoas, o Mico aproveitou a lágrima dourada seguinte e pulou na cabeça da leoa ia recebê-la antes que tocasse nela.

Na mesma hora, a juba cresceu ao redor da cabeça do Mico, que ficou muito bonito. Não preciso nem dizer que a leoa não gostou nem um pouco daquilo e botou o Mico para correr.

Mas o Sol achou aquilo incrível! Ele, que já vinha se sentindo um pouco melhor da tristeza da separação por conta da beleza da juba dos leões, ficou rindo à toa com a juba do Mico. Por isso, logo se esqueceu das jubas das leoas e decidiu que poria jubas era nos micos, isso sim.

Só que os micos são muito pequeninos e ariscos, sendo muito difícil de acertá-los. O Sol está até hoje tentando pegar todos, mas ainda não conseguiu. É por isso que tem micos normais e sem jubas e tem os Micos-Leões Dourados.

Então atenção em dia de Sol e chuva porque umas das gotas que estiverem caindo pode não ser água; mas uma lágrima de Sol. Já imaginou você com uma juba também?

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